Câncer de Pâncreas

O pâncreas é uma glândula que compõe o aparelho digestivo, localizada na região superior do abdômen, logo atrás do estômago. Tem como função a produção de enzimas que possuem importante papel no processo de digestão dos alimentos, e também, a síntese de insulina, hormônio que atua na redução do nível de glicose sanguínea.

Tumores malignos pancreáticos são infrequentes em pacientes com menos de 30 anos de idade. As chances de surgimento desse tipo de neoplasia aumentam consideravelmente após os 50 anos de idade, especialmente entre a faixa etária de 65 a 80 anos, acometendo preferencialmente o sexo masculino. De acordo com a União Internacional Contra o Câncer (UICC), os casos da moléstia em questão aumentam ao passo que a idade avança, sendo que de 10:100.000 casos entre 40 a 50 anos, passa para 116:100.000 casos entre 80 a 85 anos de idade.

No Brasil, este tipo de câncer representa 2% da totalidade dos cânceres e é responsável por aproximadamente 4% das mortes resultantes de tumores malignos.

Este tipo de câncer é altamente letal, uma vez que apresenta início insidioso, sendo comumente diagnosticado em estágio avançado.

Os tumores pancreáticos podem ser de diferentes tipos: pseudotumor pancreático, tumores endócrinos, neoplasias císticas, neoplasias sólidas, neoplasias mesenquimais ou hematopoiéticas. O tipo mais frequente de câncer pancreático é o adenocarcinoma (ou carcinoma), representando 90% dos casos. Este, por sua vez, é dividido de acordo com sua histologia em: ductais, papilares mucosos intraductais, carcinoma de células acinares, cistoadenocarinomas ou pancreoblastomas.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento desta neoplasia, o principal é o tabagismo. Os outros abrangem fatores nutricionais, como a ingestão de produtos de origem animal, obesidade e alta ingestão calórica. A relação entre o consumo de álcool e o surgimento de câncer pancreático ainda não foi bem esclarecido, assim como o consumo de cafeína, pesticidas, formaldeído e organofosforados. Já os exercícios físicos são apontados como um fator que auxilia na redução do risco de desenvolvimento desse tipo de câncer.

O adenocarcinoma leva à rápida metástase para os glânglios linfáticos (linfonodos), sendo que quando é obtido o diagnóstico, normalmente o câncer já alcançou o fígado. A evolução natural desse tipo de câncer é atingir os linfonodos, além de causar um comprometimento hepático, pulmonar, das pleuras, do peritônio e das adrenais.

O diagnóstico pode ser obtido através do quadro clínico apresentado pelo paciente, que é marcado pela perda de peso, icterícia (quando o tumor encontra-se em estágio avançado), presença do sinal de Trousseau de malignidade (sinal associada à hipercoagulabilidade). O sinal de Courvoisier, que define a presença da icterícia e de uma vesícula biliar distendida sem a apresentação de dor, é um indício de câncer de pâncreas, podendo ser utilizado na diferenciação entre o câncer pancreático e a colelitíase.

Exames laboratoriais, como os marcadores tumorais, auxiliam no diagnóstico. No entanto, o diagnóstico final é alcançado por meio de exames de imagem, como a ultra-sonografia, a tomografia computadorizada, a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada, a colangiorressonância magnética e o PET (tomografia por emissão de pósitrons).

A cura do câncer pancreático é alcançada somente quando este for detectado precocemente. Existe a possibilidade de ressecção cirúrgica do tumor, em certos casos, realizando-se o denominado procedimento de Whipple, no qual se remove o tumor por completo e os órgãos vizinhos (estômago, duodeno e vesícula biliar). Este procedimento é muito agressivo, sendo realizado apenas em pacientes capazes de suportar uma cirurgia de grande porte e que não apresentam metástase.

Nos casos dos pacientes que apresentam metástase, o tratamento paliativo recomendado é a colocação de endo-prótese, visando à melhoria da qualidade de vida do paciente.

Os tratamentos radioterápico e quimioterápico podem ser úteis quando realizados em conjunto com o procedimento cirúrgico ou apenas como tratamento paliativo.

Fontes:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=337
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ncer_pancre%C3%A1tico
http://www.hepcentro.com.br/neoplasia_pancreas.htm
http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=18&id=49&menu=2
http://www.cliquecontraocancer.com.br/paginas.cfm?id=62&p=cancer-de-pancreas-

Autor: Débora Carvalho Meldau