Doença de Kimura

A doença de Kimura é uma afecção rara, crônica, de caráter benigno e de causa ainda desconhecida.

Esta moléstia foi descrita pela primeira vez na China, no ano de 1937, por Kimm e Szeto, sendo que estes identificaram sete casos da doença, descrevendo-a como "linfogranuloma eosinofílico hiperplásico". Esta patologia recebeu o nome atual somente em 1948, quando Kimura e colaboradores observaram que ocorria uma alteração nos vasos sanguíneos dispostos ao redor da lesão, publicando um trabalho com título "Granulação atípica associada a alterações hiperplásicas em tecido linfóide".

Embora a etiologia ainda não tenha sido elucidada, existem algumas hipóteses sobre possíveis fatores desencadeantes desta afecção, como a ocorrência de uma reação alérgica ou uma alteração do sistema imune, bem como estimulação antigênica persistente após picada de artrópodes, infecções parasitárias ou infecção por Candida albicans.

A doença de Kimura tem sido observada com maior frequência em homens asiáticos, sendo que internacionalmente a prevalência da doença não é conhecida.

As manifestações clínicas desta doença incluem uma proliferação anormal de folículos linfóides (nódulos) de crescimento lento e endotélio vascular. Os nódulos podem ser pruriginososo ou dolorosos, porém a pele sobrejacente apresenta aspecto normal. Eosinofilia periférica e presença de eosinófilos na infiltrado inflamatório sugerem que esta moléstia possa ser uma reação de hipersensibilidade.

Esta doença habitualmente fica restrita à pele, linfonodos e glândulas salivares; todavia, têm sido relatados casos de pacientes portadores desta doença que desenvolveram síndrome nefrótica, sendo que a causa desta possível associação não foi esclarecida até o presente momento.

Já que a doença de Kimura trata-se de uma afecção benigna, o tratamento consiste no acompanhamento dos casos discretos e assintomáticos até a ressecção cirúrgica conservativa, embora as mesmas habitualmente tendem a reaparecer. Outras opções terapêuticas englobam o uso de corticosteróides intralesionais, ciclosporina, pentoxifilina e radioterapia, sendo esta última utilizada no tratamento de lesões recorrentes ou persistentes. Contudo, esta opção deve ser levada em consideração somente em casos de lesões desfigurantes.

Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a09.pdf
http://www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?Expert=482&lng=PT
http://en.wikipedia.org/wiki/Kimura_disease

Autor: Débora Carvalho Meldau