Fístula traqueoesofágica

A fístula traqueoesofágica consiste em uma comunicação anormal entre a traqueia e o esôfago.

Possui etiologias diversas, podendo ser congênita, surgindo durante a terceira semana de desenvolvimento, em decorrência de uma fusão entre os dois órgãos; pode aparecer no fim da vida; pode ser causada por traumatismos na região cervical ou tórax (por arma branca ou de fogo, por exemplo); pode resultar de uma intervenção cirúrgica, como a laringectomia ou uma intubação mal-sucedida. Aspiração ou ingestão de objetos de forma intencional também pode levar ao surgimento de uma fístula traqueoesofágica.

A principal manifestação clínica desta condição é a sensação de afogamento ou engasgo quando a pessoa ingere um alimento ou sua própria saliva, uma vez que o líquido entra pelo esôfago e cai nas vias respiratórias.

A suspeita do diagnóstico ocorre quando o indivíduo passou por alguma das situações descritas anteriormente, sendo que a confirmação é feita através da endoscopia digestiva e endoscopia respiratória.

Para o estabelecimento de um tratamento adequado, esses exames devem ser realizados em todo o aparelho digestivo e respiratório, visando identificar precisamente quais áreas foram comprometidas.

Existe a opção de se realizar o exame contrastado, que é capaz de apontar com exatidão o local onde a fístula se encontra.

O tratamento depende da região onde a fístula se encontra, mas quase sempre é preciso realizar uma intervenção cirúrgica.
O tratamento não cirúrgico envolve o uso de cânulas orotraqueais ou de traqueostomia, visando desviar o trânsito dos líquidos e dos alimentos e obstruir a fístula, sendo, então, ministrados alimentos por meio de sondas.

O tratamento cirúrgico, habitualmente necessário, pode ser de vários tipos distintos, mas geralmente tem por objetivo fazer uma ressecção da região onde a fístula se encontra. Além disso, pode ser feita a ressecção da fístula traqueal, com substituição de tecido traqueal sadio, em associação com sutura da fístula esofágica.

Contudo, existem possíveis complicações que podem ocorrer após a realização do procedimento cirúrgico, como:

  • Estenose, em decorrência da ulceração causada pelo ácido gástrico estomacal uma vez que, geralmente, realiza-se a ressecção de parte do esôfago, levando ao encurtamento do mesmo;
  • Vazamento de conteúdo no local de sutura;
  • Recorrência da fístula.

Fontes:
http://www.scielo.br/pdf/jpneu/v27n2/9242.pdf
http://www.drmalucelli.com.br/Laringe-Traqueia-Bronquios/conteudo.php?cat=5&pg=028

Autor: Débora Carvalho Meldau