Poliomielite

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral, causada por um dos três tipos de poliovírus (sorotipos 1, 2 e 3) existentes.

A contaminação acontece através do contato fecal – oral, ou pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. Uma pessoa infectada pelo vírus pode ou não desenvolver a doença. Porém, todas as pessoas infectadas, tanto as que apresentaram sintomas, como as que não, expulsam o vírus em grande quantidade, através das fezes. Em locais sem as mínimas condições sanitárias, a transmissão da doença é certa, sendo que as crianças, por ainda não terem hábitos de higiene, são as vítimas mais constantes.

Como o vírus é adquirido via oral, já na garganta e intestinos há a multiplicação viral. Em seguida, o vírus é disseminado através da corrente sanguínea, podendo atingir o sistema nervoso.

Na maioria dos casos, o sistema imunológico destrói o vírus antes dele se multiplicar e destruir os neurônios motores, o que pode causar a paralisia flácida dos músculos (permanente ou não), meningite asséptica, ou mesmo o óbito. O período de incubação varia de 3 a 35 dias.

Nos casos em que as pessoas infectadas desenvolvem a doença, os sintomas inicialmente são:

- Febre
- Dor de garganta
- Dor abdominal
- Náuseas
- Vômito
- Constipação ou diarréia

Na maioria dos casos, a doença não evolui, não atingindo o sistema nervoso. Nesses casos, os sintomas desaparecem em uma semana e a doença é chamada de Poliomielite abortiva ou Doença menor.

Um segundo grupo de pessoa infectadas, após esses sintomas iniciais, pode apresentar dores de cabeça e espasmos musculares. Caracteriza-se então a Poliomielite não-paralítica com meningite asséptica, que ocorre quando há a inflamação das meninges no cérebro. Nesses casos, a recuperação pode demorar 10 dias, mas não há comprometimento neural, e nem paralisia.

O terceiro e menor grupo de pessoas infectadas pode apresentar a Poliomielite paralítica ou Doença maior. Nesses casos, de 1 a 10 dias após os sintomas iniciais, surge a apralisia, que progride por 2 ou 3 dias. Essa paralisia acontece em consequência dos danos causados pelos vírus nos neurónios da medula espinal e no córtex motor do cérebro.

A paralisia pode afetar um ou vários músculos, podendo paralisar todos os músculos do corpo.

Os músculos afetados não perdem a sensibilidade, sendo que em alguns casos, alguns movimentos podem ser recuperados, apesar da Poliomelite paralítica ser irreversível.

Quando ocorre a paralisação dos músculos associados ao sistema respiratório, a morte pode ocorrer por asfixia.

A poliomelite não tem tratamento específico, sendo a única medida eficaz de proteção a vacinação.

Existem duas vacinas anti poliomelite. A mais conhecida é a Sabin, que é ministrada via oral. No Brasil, a Sabin faz parte do calendário básico de vacinação, e é administrada aos 2, 4, 6 e 15 meses de vida da criança. Além disso, anualmente são realizadas campanhas de vacinação em nível nacional, quando são vacinadas crianças até 5 anos.

A outra vacina existente é a Salk. A Salk foi desenvolvida e já era utilizada antes da Sabin. Atualmente, ela é utilizada nos países onde a paralisia já foi totalmente erradicada, e nos casos de pessoas imunodêficientes (como as com HIV).

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Paralisia é uma doença considerada êndemica, em países como a Nigéria, o Paquistão, o Afeganistão e na Índia.

Autor: Thais Pacievitch