Trombose do Seio Cavernoso

A trombose do seio cavernoso consiste na obstrução de uma grande veia situada no seio cavernoso (base do cérebro), comumente decorrente de infecções cutâneas na face e sinusites.

Os seios da face mais acometidos incluem os seios etmoidal, esfenoidal e maxilar, bem como a pele da metade superior da face (ao redor dos olhos e nariz). A maior parte dos casos é causada por infecções pelo patógeno Staphylococcus aureus. Além disso, pode ter como agente etiológico o Staphylococcus epidermidis, estreptococos, bacilo gram negativos e anaeróbios. Mais raramente, pode ser decorrente de infecções fúngicas como Mucormicose rinocerebral, e também vírus, como o HIV. Outros fatores não infecciosos também estão envolvidos no aparecimento de trombose do seio cavernoso, como traumas, tumores e aneurisma.

A sintomatologia costuma surgir abruptamente e inclui cefaleia, febra e piora do estado geral. Além disso, pode haver o acometimento de estruturas que passam pelo seio cavernoso, como os vários nervos cranianos, podendo resultar em oftalmoplegia, midríase, perda do reflexo córneo-palpebral e redução da sensibilidade na metade superior da face ipsilateral à lesão.

O diagnóstico é feito por meio da identificação do agente etiológico. São colhidas amostras de sangue e de secreções para cultura. A ressonância magnética e a tomografia computadorizada da face também é útil para descarta outros transtornos que levem a um quadro clínico similar.

O diagnóstico diferencial engloba:

  • Tumores de órbita;
  • Meningiomas e outros tumores esfenoidais;
  • Fístulas arteriovenosas;
  • Celulite orbital;
  • Mucormicose rinocerebral;
  • Pseudotumor orbital;
  • Oftalmopatia de Graves.

O tratamento visa combater o agente etiológico. Quando for decorrente de uma infecção bacteriana, como é na maior parte dos casos, é feito por meio do uso de antibióticos. Além disso, é necessário fazer um tratamento de suporte.

Fontes:
http://www.medcenter.com/medscape/content.aspx?id=371&langtype=1046
http://www.scielo.br/pdf/abo/v65n3/11598.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1999000400017
http://www.manualmerck.net/?id=245&cn=2041

Autor: Débora Carvalho Meldau